Pesquisa da Universidade de Edimburgo, investigou o impacto de glúten, laticínios, cafeína e álcool em mais de 2.500 mulheres com a condição crônica, que pode levar até sete anos para ser identificada
Em 7 de maio, acontece o Dia Internacional da Luta contra a Endometriose, uma data que visa ampliar a conscientização sobre uma doença que atinge cerca de 190 milhões de mulheres em idade reprodutiva no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, estima-se que mais de 8 milhões convivam com essa condição, caracterizada pelo crescimento do tecido semelhante ao endométrio fora do útero.
Recentemente, um estudo conduzido pela Universidade de Edimburgo trouxe novas perspectivas sobre o manejo da endometriose. A pesquisa, considerada a maior já realizada sobre dieta e a condição, envolveu 2.599 participantes e revelou que mudanças alimentares podem aliviar os sintomas da doença.
Segundo a pesquisa, publicada no The Guardian, 45% das mulheres que eliminaram o glúten ou os laticínios relataram melhora nas dores. Além disso, 43% das que reduziram o consumo de cafeína e 53% das que diminuíram a ingestão de álcool também observaram alívio dos sintomas.
Para Fernanda Nunes, ginecologista da clínica Atma Soma, a relação entre esses alimentos e a endometriose está ligada principalmente à inflamação, ao sistema imunológico, à saúde intestinal e aos hormônios. “Por se tratar de uma doença inflamatória, esses itens podem estimular ainda mais o processo inflamatório no corpo. Além disso, em algumas mulheres, o glúten e os laticínios podem provocar reações imunológicas agravantes”.
É importante notar que, embora esses achados sejam promissores, eles são baseados em experiências pessoais e não em testes clínicos controlados. “No entanto, eles reforçam a necessidade de abordagens multidisciplinares no tratamento da condição, integrando cuidados médicos, apoio psicológico e orientações nutricionais. Por isso, antes de realizar mudanças significativas na dieta, é recomendável consultar um profissional”, afirma.
Apesar de sua alta prevalência — afetando uma em cada dez mulheres — o diagnóstico ainda costuma ser tardio, levando em média sete anos para ser confirmado. Segundo a especialista, é fundamental que as mulheres estejam atentas aos sinais do corpo. “Dores menstruais incapacitantes não são normais e devem ser investigadas. O diagnóstico precoce é essencial para um tratamento eficaz”.
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